Arte ingênua, irreverente, ousada, sensual, divertida e criativa, ao mesmo tempo, peculiar e única, através das mãos e olhar de Beth Sorriso, como é mais conhecida, casada e mãe de dois filhos. Uma marca e estilo próprio, que se reconhece de longe.
Desde criança se envolveu com a arte, mas foi em Minas Gerais que se descobiru nesse universo enigmático e mágico ao se inscrever em diversas oficinas. Na cerâmica foi onde se encontrou começando, primeiramente, mergulhando na pintura e desenho.
A cerâmica para ela, é uma técnica que alia trabalho e terapia dentro de um processo de construção. "No meu ateliê, localizado no Inácio Barbosa, o meu recanto, por exemplo, é todo decorado de forma lúdica, até aquilo que é utilitário como o porta papel higiênico. Eu ensino essa arte como terapia e o intuito é fazer com que os meus alunos descubram aquilo que há dentro de si, às vezes, são até indicados por médicos. A turma, geralmente, é formada por no máximo seis pessoas. Um curso que não tem duração, já que o tempo de permanência é até o momento em que a pessoa estiver se sentindo bem. Outros alunos vão para descobrir a modelagem. Médicos, Advogados e Psicólogos, são os que mais procuram e frequentam as aulas. O meu critério em dar aula é ser feliz construindo", ressalva Beth.
"Eu nem sempre retrato o belo porque a beleza não é fundamental, costumo deixar o meu trabalho livre, dou muito valor a ruga, as marcas de expressão nas caras que faço", Beth.
Segundo Beth, é muito fiel a si mesma. "A artista está muito próxima de mim, com muito alto astral, um jeito meio moleque mesmo de ser", confessa a artista.
De acordo com ela, o sergipano ainda não descobriu a força da cultura popular. "Uma mostra desse meu trabalho no Rio de Janeiro ou em São Paulo fluiria e seria mais valorizada. Algumas pessoas acham que por ser de barro não tem valor desassociando o trabalho da arte. Mas o público está mudando e o que me gratifica nesses 10 anos em Aracaju, é o reconhecimento do meu trabalho, apesar das peças não serem assinadas, as pessoas já sabem quem as faz", avalia Beth.
"A vida toda o artista aprende, algo que depende também do momento pessoal de cada um. Eu amo o que eu faço. O artista tem uma grafia e sem ela não tem identidade", Beth.
Para ela o nordestino, seu foco principal, mesmo sofrido leva a vida com muito bom humor, uma marca fantástica. Por isso, a temática lhe chamar tanto a atenção. A primeira máscara que fez foi a de um sertanejo, na época, residia em Minas Gerais. Contudo, começou a retratar muito a figura feminina através da cerâmica, sempre gostou de trabalhar a sensualidade e a ousadia sem preconceito. "O meu trabalho tem uma sensualidade lúdica, doce, sutil, um trabalho que atinge e agrada todas as faixas etárias e classes. Quando comecei a trabalhar com as caras em Minas Gerais, tive o maior prazer em fazer e faço até hoje, é o que mais curto", conclui a artista.
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TEXTO E ENTREVISTA: RENATA OURO
FOTOS: RENATA OURO
FOTOS: RENATA OURO
FOTO 2: BETH SORRISO
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