domingo, 4 de outubro de 2009

WORKSHOP DE CONTEÚDOS DIGITAIS ENCERRA COM DOCUMENTÁRIO PRODUZIDO PELOS ALUNOS!

Gravações pela cidade de Aracaju, produção de programas e vinhetas, entrevistas, enquetes, filmagens durante a abertura do CURTA-SE 09 no Cinemark do Shopping Jardins e tour cultutal por Laranjeiras, aliados aos conhecimentos passados pelos ministrantes da oficina, originaram um documentário que será disponibilizado e publicado na TV web Casa Curta-SE. O curso se encerrou ontem (03) na Casa CURTA-SE com a finalização do material, além de uma sabatina e avaliação final dos alunos.

O sucesso dessa turma foi tanto, que alguns professores se dividiram e foram dar uma oficina de rádio na comunidade do Quissamã, município de Nossa Senhora do Socorro (SE), a convite da ENECOS, MST, Coletivo Geografia na Luta, Coletivo de História, Via Campesina, e Movimento dos Trabalhadores Urbanos (MOTU). Uma iniciativa do curso de Formação Política da Comunicação da UFS.

O workshop, foi uma das novidades do Curta-se 9, que visava criar coletivamente a comunicação web e de rádio usando como intermédio o própio festival, a partir de uma rádio Amnésia e da web e TV Curta-se com a utilização de softwares livres.
Ananias Pereira (AL), bolsista e pesquisador do Ministério da Cultura (Minc), Ricardo Ruiz (RN), comunicólogo e colaborador da Rádio Cidadão Comum e da Rádio Amnésia, José Balbino (BA), bacharel em Comunicação e realizador de projetos de formação para o uso inteligente da conexão internet com utilização de softwares livres, Sérgio Melo (AL), jornalista e radioativista do Coletivo Rádio Amnésia, e Cristina Llanos (BA), artista multimídia que vem utilizando ferramentas livres e publicando tutorias em licenças GPL na internet, foram os oficineiros.

Segundo o comunicólogo, Ricardo Ruiz, o festival vai ficar na saudade. “A experiência foi muito boa porque tinham alunos de várias idades e mundos diversos, além de já terem uma visão do que é audiovisual tornando-se mais fácil passar os conhecimentos. O pessoal realmente se dedicou. O CURTA-SE é maravilhoso e vai ficar na saudade por ser feito para você pensar, além de uma equipe de produção surpreendente com profissionais dedicados, competentes e o grande diferencial é o alto-astral e alegria da galera. Isso levanta qualquer produção. Por isso, os festivais sulistas deveriam se espelhar no CURTA-SE e aprender com essa equipe, no quesito humildade de fazer um festival na alegria e certeza de que tudo dará certo no final. Então, está de parabéns e desejo vir mais vezes”.

De acordo com o bacharel em Comunicação, José Balbino, o diferencial maior do CURTA-SE é o investimento na produção. “O termômetro maior da oficina é o fato de pretendermos dar continuidade ao projeto por ter sido uma grande troca de conhecimentos. Já que a distância entre professor e aluno não existiu e transformamos tudo em uma grande coletividade. Um embrião para a própia casa com o intuito de criar um estímulo e incentivo a produção. Esse workshop não foi somente para preparar os alunos para o mercado de trabalho. O CURTA-SE quebra um pouco os estigmas de como se fazer um festival”.

Para o publicitário e estudante de Rádio e TV da UFS, Luiz Eduardo, sempre apreciei o festival. “Eu achei muito interessante o workshop, já que não temos acesso a estes recursos, principalmente, aos softwares livres e a grande maioria não tem condições de comprar”.

Jamisson Vasco, 12 anos, aluno do colégio Poeta José Sampaio em Nossa Senhora do Socorro (SE), foi a primeira vez que participou de uma oficina na Casa Curta-SE. “Foi boa a experiência, visitamos muitos lugares e fizemos entrevistas com pessoas que não conhecíamos até então. Todos os que se interessam pela arte devem participar e quem sabe no futuro ser um grande cineasta. Quem luta sempre alcança”.

Alan Alves de Souza, 15 anos, aluno do colégio Poeta José Sampaio em Nossa Senhora do Socorro (SE), o workshop foi importante para a sua futura carreira profissional. “Foi bom aprender muitas coisas diferentes e nunca tinha falado ao vivo em uma rádio, além de conhecer novas pessoas. A partir deste curso pretendo estudar computação, jornalismo ou ser cineasta”.

TEXTO: RENATA OURO - EQUIPE DE COMUNICAÇÃO CURTA-SE 9

PRAÇA SAENS PEÑA AGRADA O GRANDE PÚBLICO NA PENÚLTIMA NOITE DO CURTA-SE 9!

Empolgação, delírios, aplausos e inúmeros elogios por parte do público, como também dos convidados, foi assim a penúltima noite do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (CURTA-SE 9), que se encerra hoje (03) com chave de ouro e em clima de festa no Cinemark do Shopping Jardins. Mostra Competitiva de Curtas 35mm Iberoamericanos também agradou os visitantes, mas os esperados mesmo foram os longas 'Olho de Boi' de Hermano Penna, e 'Praça Saens Peña de Vinícius Reis.

O longa que caiu no gosto popular sendo muito elogiado e aplaudido foi o Praça Saens Peña, direção e roteiro do paulistano e tijucano de criação, Vinícius Reis, que concorre com o seu primeiro longa-metragem na categoria ficção. Um projeto que nasceu há cinco anos e em 2006 ganhou o Prêmio da Petrobras destinado a filmes de baixo orçamento custando R$ 800 mil reais que viabilizaram a produção e filmagem.

Praça Saens Peña (2003), um misto de ficção, documentário e memória do próprio autor, capta o cotidiano de uma família de classe média, Paulo Barbosa, professor de literatura (Chico Diaz), Teresa, comerciante (Maria Padilha), e Bel, estudante (Isabela Meirelles), que residem em um apartamento alugado na Rua General Roca, em frente a praça, no bairro Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ).

Dramas urbanos, conflitos, traições, problemas financeiros e amizade, são os grandes motins que circundam a película em torno do bairro da Tijuca (RJ) tudo isso bem amarrado, resolvido e construído pelo talentoso diretor, que utilizou uma forma poética, sutil, plasticidade boa e abordagem da realidade, da vida como ela é.

Um bairro que tem ligação com a música e a arte, com ilustres brasileiros e personagens como: o saudoso TIM Maia, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Lucinha Lins, Ivan Lins, Ed Motta, dentre outros. Chico Diaz, Maria Padilha, Maurício Gonçalves, Gustavo Falcão, Guti Fraga, Isabela Meirelles, Stella Brajterman, além da participação especial do compositor e histórico tijucano, Aldir Blanc, compõem o elenco.

No filme o Aldir Blanc descreve a Tijuca profunda como sendo o ser que freqüenta o bar pequeno, o ser solidário, uma rede difícil de dimensionar, do Estácio ao Grajaú.

Um local de relação fortíssima entre os moradores de classe média e os morros. No primeiro semestre, às vésperas da Tijuca completar 250 anos, o filme foi comercialmente lançado nos cinemas da cidade, mas a partir de 27 de novembro de 2009 entrará no circuito de fato. A Cobra Fumou (2002), foi outro documentário de longa-metragem realizado pelo diretor.

Segundo o diretor, Vinícius Reis, o longa foi escrito para os atores e amigos, Chico Diaz e Maria Padilha, um projeto que partiu de um encontro em uma festa regada a muita bebida, aliada aos mesmos ideais e a vontade de realizar e dar andamento a história. “Eu quis fazer um filme mais sobre a classe média não como objeto, mas sim subjetiva, uma classe a qual faço parte e não precisamente sobre a praça em si. A Isabela Meirelles para mim foi uma revelação, já que fizemos teste com 50 meninas e no seu primeiro teste ela estava com 40 graus de febre e meio fanha, mas conseguiu se destacar até o final. É a primeira vez que venho a Aracaju e foi um prazer exibir meu longa que foi apresentado há cerca de um mês em Sidney (Austrália), além de ser gratificante sair do eixo Rio-São Paulo”.

De acordo com a atriz, Isabela Meirelles, a personagem vive os clássicos dramas adolescentes. “É um drama adolescente carioca, uma época muito conturbada, tem a questão de ser filho único, hormônios aflorando, época em que os humores são muito intensos. Desde os meus 16 anos, resolvi fazer teatro, já fiz algumas peças e foi nessa época que gravei o longa-metragem 'O Passageiro Segredos de Adulto' (2007) do diretor Flávio R. Tambellini. A cidade de Aracaju é muito linda e estou muito feliz em participar do festival”.

Danilo Sobral, arquiteto, se identificou muito com o filme por retratar o lugar onde reside e pelo fato de ser um ex-morador da Tijuca. “Sou estudante da UFRJ e adorei ver um documentário urbano e hoje resido no Catete. É a primeira vez que prestigio o CURTA-SE a convite de amigos sergipanos. Uma iniciativa salutar por divulgar e movimentar a cena cinematográfica local”.

Para o artista plástico e estudante de Artes Visuais da UFS, Alfi Gristelli, o festival se aprimora a cada ano. “É uma pena que o festival não possa se estender por mais dias. Já é uma realização superinteressante e de alto nível. O CURTA-SE me surpreendeu”. Já para o advogado, Arley Carvalho, também torce para o Praça. “Gostei muito por ser uma história prosaica, o retrato da família carioca”.

TEXTO: RENTA OURO - EQUIPE DE COMUNICAÇÃO CURTA-SE 9