Empolgação, delírios, aplausos e inúmeros elogios por parte do público, como também dos convidados, foi assim a penúltima noite do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (CURTA-SE 9), que se encerra hoje (03) com chave de ouro e em clima de festa no Cinemark do Shopping Jardins. Mostra Competitiva de Curtas 35mm Iberoamericanos também agradou os visitantes, mas os esperados mesmo foram os longas 'Olho de Boi' de Hermano Penna, e 'Praça Saens Peña de Vinícius Reis.
O longa que caiu no gosto popular sendo muito elogiado e aplaudido foi o Praça Saens Peña, direção e roteiro do paulistano e tijucano de criação, Vinícius Reis, que concorre com o seu primeiro longa-metragem na categoria ficção. Um projeto que nasceu há cinco anos e em 2006 ganhou o Prêmio da Petrobras destinado a filmes de baixo orçamento custando R$ 800 mil reais que viabilizaram a produção e filmagem.
Praça Saens Peña (2003), um misto de ficção, documentário e memória do próprio autor, capta o cotidiano de uma família de classe média, Paulo Barbosa, professor de literatura (Chico Diaz), Teresa, comerciante (Maria Padilha), e Bel, estudante (Isabela Meirelles), que residem em um apartamento alugado na Rua General Roca, em frente a praça, no bairro Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ).
Dramas urbanos, conflitos, traições, problemas financeiros e amizade, são os grandes motins que circundam a película em torno do bairro da Tijuca (RJ) tudo isso bem amarrado, resolvido e construído pelo talentoso diretor, que utilizou uma forma poética, sutil, plasticidade boa e abordagem da realidade, da vida como ela é.
Um bairro que tem ligação com a música e a arte, com ilustres brasileiros e personagens como: o saudoso TIM Maia, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Lucinha Lins, Ivan Lins, Ed Motta, dentre outros. Chico Diaz, Maria Padilha, Maurício Gonçalves, Gustavo Falcão, Guti Fraga, Isabela Meirelles, Stella Brajterman, além da participação especial do compositor e histórico tijucano, Aldir Blanc, compõem o elenco.
No filme o Aldir Blanc descreve a Tijuca profunda como sendo o ser que freqüenta o bar pequeno, o ser solidário, uma rede difícil de dimensionar, do Estácio ao Grajaú.
Um local de relação fortíssima entre os moradores de classe média e os morros. No primeiro semestre, às vésperas da Tijuca completar 250 anos, o filme foi comercialmente lançado nos cinemas da cidade, mas a partir de 27 de novembro de 2009 entrará no circuito de fato. A Cobra Fumou (2002), foi outro documentário de longa-metragem realizado pelo diretor.
Um local de relação fortíssima entre os moradores de classe média e os morros. No primeiro semestre, às vésperas da Tijuca completar 250 anos, o filme foi comercialmente lançado nos cinemas da cidade, mas a partir de 27 de novembro de 2009 entrará no circuito de fato. A Cobra Fumou (2002), foi outro documentário de longa-metragem realizado pelo diretor.
Segundo o diretor, Vinícius Reis, o longa foi escrito para os atores e amigos, Chico Diaz e Maria Padilha, um projeto que partiu de um encontro em uma festa regada a muita bebida, aliada aos mesmos ideais e a vontade de realizar e dar andamento a história. “Eu quis fazer um filme mais sobre a classe média não como objeto, mas sim subjetiva, uma classe a qual faço parte e não precisamente sobre a praça em si. A Isabela Meirelles para mim foi uma revelação, já que fizemos teste com 50 meninas e no seu primeiro teste ela estava com 40 graus de febre e meio fanha, mas conseguiu se destacar até o final. É a primeira vez que venho a Aracaju e foi um prazer exibir meu longa que foi apresentado há cerca de um mês em Sidney (Austrália), além de ser gratificante sair do eixo Rio-São Paulo”.
De acordo com a atriz, Isabela Meirelles, a personagem vive os clássicos dramas adolescentes. “É um drama adolescente carioca, uma época muito conturbada, tem a questão de ser filho único, hormônios aflorando, época em que os humores são muito intensos. Desde os meus 16 anos, resolvi fazer teatro, já fiz algumas peças e foi nessa época que gravei o longa-metragem 'O Passageiro Segredos de Adulto' (2007) do diretor Flávio R. Tambellini. A cidade de Aracaju é muito linda e estou muito feliz em participar do festival”.
Danilo Sobral, arquiteto, se identificou muito com o filme por retratar o lugar onde reside e pelo fato de ser um ex-morador da Tijuca. “Sou estudante da UFRJ e adorei ver um documentário urbano e hoje resido no Catete. É a primeira vez que prestigio o CURTA-SE a convite de amigos sergipanos. Uma iniciativa salutar por divulgar e movimentar a cena cinematográfica local”.
Para o artista plástico e estudante de Artes Visuais da UFS, Alfi Gristelli, o festival se aprimora a cada ano. “É uma pena que o festival não possa se estender por mais dias. Já é uma realização superinteressante e de alto nível. O CURTA-SE me surpreendeu”. Já para o advogado, Arley Carvalho, também torce para o Praça. “Gostei muito por ser uma história prosaica, o retrato da família carioca”.
TEXTO: RENTA OURO - EQUIPE DE COMUNICAÇÃO CURTA-SE 9
Nenhum comentário:
Postar um comentário